Parte da turma de Algodoal julho de 1976
Adoro o verão! Aliás, adoro todas as estações! Aliás, adoro viver!
Mas vamos nos ater ao verão.
Essas cores vivas, esse matiz, me faz voltar no tempo e relembrar aquele frisson, aquele frio na barriga que sentia quando via a olhos nus a mudança do tempo. Era o momento de preparar as malas, estrear o short de banho da moda que trazia do Rio de Janeiro, onde parte de minha família mora e passava todas as férias de janeiro (Chique!rsrsr), pra impressionar as meninas, as "cocotas"(Putz!rsrsr), comprar cordas novas pro violão, aprender as músicas do momento, Chico, Nara, Gal, Bethânia, Paulinho da Viola, Toquinho e Vinícius, Caetano, Gil, juntar com os coroas, Caymmi, Noel, Cartola, Nelson Cavaquinho,etc.. e partir rumo as praias do belo litoral paraense. A gente ia só com a alegria, o violão, muito pouca grana e uma vontade imensa de ser feliz. Onde ficar era de menos; Casa de amigos, barraca ou o famoso "Hotel Sereno", tudo era motivo de uma grande festa. Mas lembro muito bem daquele verão de 1976. Ali no alto dos meus 17 anos, tesão à flor da pele(no mais amplo sentido), fui com meu violão e um monte de amigos conhecer aquela ilha encantada que a "patota" há muito falava, Algodoal. Manoel Paulo(finado), Geraldo, Budy, Mário Henrique, Luiz Otávio, os irmãos Sena, Zé Otávio(La Ursa), Filé(o repórter que dá pé), Zé do Carmo Martha, Adriano Souza(Irmão do Alexandre Souza), Baiano, todos nossos vizinhos de Batista Campos, juntamos com uma turma de aventureiros que encontramos na travessia de Marudá pra Algodoal e desde então ficaram nossos amigos, Daniel Fernandes(Black), Augusto Fonseca(Louro), dois grandes músicos,e o Bertolo, que fazia educação física. Claro que todos iam lá em cima, do lado de fora do barco, já tomando umas, cantando, contando e ouvindo histórias, ansiosos por chegar. No meu caso, era a primeira vez que ia pra ilha e tudo era novidade, desde a travessia, até aquela sensação de estar sozinho com a turma. Lembro bem que quando a gente ta chegando na ilha, olhando do mar, aparecem aqueles morros de dunas de areia, lá na ponta da ilha, por isso o nome da praia, que hoje chamam de praia da Princesa, os nativos a chamam de "Praia dos Morros", onde fica localizado o "lago encantado da Princesa". Quando o barco ancorou, na ponta da praia com aquela areia fina e branquíssima, demos de cara com um bar, onde fomos muito bem recebidos pelos donos, que era um casal de jovens( Mamede e Nona), com um monte de filhos pequenos. Ficamos por lá. Eles nos cediam uma palafita, onde guardavam peixe salgado, pra nós atarmos as rêdes, mais o peixe do almoço e janta e a gente em troca, tocava, fazia as "serenas" como a Nona dizia, e levava uma galera pra consumir no bar deles. Pronto! Férias de julho garantida! Nunca vou esquecer as paqueras, as serestas na praia, no campo, e o céu maravilhosamente estrelado de Algodoal. Agente era feliz e sabia!
3 comentários:
Eu, nesse verão de 76, tava no maior berro, que tinha acabado de nascer em junho! rsrs
Algodoal é mesmo maravilhosa, Pedrinho. Conheci só em 90, e achei um charme. Mas a última vez que fui lá - faz uns 5 anos - me decepcionei: plásticos nas areias, uns bares barulhentos (chegou energia elétrica, chegou treme-terra)... Bem, me disseram que melhorou, e essim espero - Queria que o Mauri também pudesse curtir isso um dia.
Som de ondas nosso fundo musical.....
Jamis esquecerei.
Beijos
É verdade amigo, éramos felizes e sabíamos. Adora escutar o som do teu cavaquinho...adorava...
Virginia
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