quarta-feira, dezembro 30, 2009

Zizi Miranda, Sai da Estória e Entra Pra História!


Marido, pai, avô, Bisavô, boêmio, notívago, músico, cantador, contador de estórias, amigo. No início da madrugada do dia 26/12/2009, seu Zizi partiu dessa pra melhor, como dizem. Fico imaginando a festa na chegada dele lá em cima. Dona Palmira de vestido novo, Jango já tocando sua harpa, pq virou anjo,rsrs, Seu Elias com seu violão tenor, Dona Elza, Zeca e Barão dando suas bordoadas com seu violão, Concinho, já solando no cavaco o "Brasilicado", Ribinha e o seu canto elegante, grande Gino do Cavaco, e toda a turma do Telégrafo que se foi. Seu Zizi vem de uma família de artistas e gerou filhos, netos e bisnetos artistas. Pai do compositor Luiz Miranda, o Lula Miranda do samba, do saudoso Jango Miranda, cantor, violonista e compositor, meu parceiro e de Jorge Andrade, da artista plástica e vereadora do PPS em Colares, Tereza Miranda, da cantora Ângela Miranda, da ex campeã de tênis Marilú Miranda e do ex-Jogador de futebol, ex- Remo e Trem de Macapá, Miranda. Como se não bastasse os filhos, seus netos também são artistas como a cantora Andréa Pinheiro, seu irmão cineasta Ricardo Miranda, a fotógrafa-cantora Érika Miranda e agora seus bisnetos como o Joãozinho, filho da Andréa, que está florescendo, se mostrando um grande violonista. Conheci seu Zizi em 1971, quando estudei com o Jango no Deodoro de Mendonça e participamos do festival de música que ele ganhou e eu fiquei em segundo lugar. A partir de 1976, comecei conviver mais perto da turma da Manoel Evaristo, por causa do meu parceiro Jorge Andrade, que mora lá até hoje. Ali, naquele pedaço, fiz muitos amigos, me nutri de muita música boa, sentimentos bons, e muitas histórias e estórias, principalmente. Um bando de gente que tinha como lema ser feliz, dar risadas , Cantar e beber por qualquer motivo. Seu Zizi era um deles. Pai de uma galera que seguiu seus passos de boemia, música e felicidade, ele se misturava com a gente, que nem parecia 40 anos mais velho. Aprendi muitas canções e dei muitas risadas com suas "estórias" que entraram pro folclore do bairro do Telégrafo e agora ele entra pra história da minha vida. Vá pra sua festa, seu Zizi! A galera lá de cima devia estar com saudades também. Agora, nós que vamos ficar, mas entendemos o ciclo. Até um dia! Foi um prazer te conhecer, conviver contigo! Tu és um exemplo de vida pra mim!
Grande abraço
Pedrinho Cavalléro

6 comentários:

FALANDO COMIGO disse...

o bacana a homenagem.
Parabéns!!!.
Beijos

raimundo americo miradnda disse...

Pedrinho poucas vezes ou acho que foi a primeira vez, chorei olhando e lendo algo em frente ao computador, talvez porque ainda sou adepto as cartas e a tecnologia não trás muito saudosismo.VOCE FOI SENSACIONAL ao delinear o perfil do ZIZI,poderíamos acrescentar muitas coisas entre virtudes e ”causos”,mas você foi certeiro parceiro “É garoto o tempo levou nosso pinho,a dama da flor debandou-se e o amor se tornou desatino....mudaria a letra da canção sua e do nosso Jorge Andrade e colocaria no proximo verso que:“muito valeu a cantiga.... “ Pedrinho saiba que você sempre foi uma unanimidade no meio de nossa família,como pai,como amigo,como artista,como homem,como filho,como remista e eu particularmente lhe considero o melhor músico paraense ou seja o mais completo de talento.Agradecemos a homenagem que fizeste ao Zizi e torcemos para que continues no nosso caminho repassando alegria e muita música pro nosso povo........tu és nosso irmão sabes disso.Gordo (o caçula do Zizi)

Mauro disse...

Seria uma redundância, pois escreveria a mesma coisa sobre ele, ainda assim conseguimos colocar algumas coisas peculiares ao nosso “Velho Guerreiro”: O melhor jogador idoso de bilhar, um funcionário público exemplar, o melhor sogro, o melhor bisavô e avô, o mais lúcido dos idosos e outros vários adjetivos bons,
Queria dizer q a missão dele aqui conosco foi bem cumprida, agora deixamos q o pessoal de cima possa curtir c ele dando boas risadas e que nos guie para sermos sempre felizes e harmônicos.
Pedro, você também pode se considerar filho, pois conviveu no meio dele e sempre foi bem tratado por ele como tal, talvez por tudo isso a sua sensibilidade em relação a esta lenda que foi “ZIZI MIRANDA”.

Um grande abraço do seu sempre amigo e irmão!

Mauro Bittencourt

luiza miranda disse...

acho que precisei de muito tempo pra criar coragem pra vim falar aqui,
e incrivel a falta que ele faz...
hoje em dia faço o mesmo trajeto de sempre, pego o onibus pedreira lomas, mas no entanto nao desço no mesmo lugar
sigo direto, e isso doi tanto, em passar por aquele predio e olhar pra cima como sempre fazia, e ve que aquela janela nunca mas vai ser aberta por aquela "criança" que queria apenas ler o jornal sem a claridade nos seus olhos, ou entao aquele decimo primeiro andar que sempre vivia cheio, os porteiros nem estranhavam mais, pra fala a verdade eu nunca presenciei aquele interfone tocar pra avisar que alguem da familia estava subindo, e a felicidade dele era ver aquela casa cheia, ele sempre dava uma olhadinha por baixo da aba do chapeu pra ver quantos e quem tava chegando, se vc nao almoçasse a briga começava, ele sempre tinha um prato a mais, pra qualquer pessoa que quisesse, besta sao aqueles que perderam a oportunidade de almoçar ao lado do grande mestre, e ainda ouvir historias, que so ele sabia contar, isso sim era conhecimento e experiencia de vida, nos seus 94 anos, bem vividos, sempre esperavamos ansiosos pelos 100 anos, ele pode nao chegar em corpo, mas em nossos coraçoes, a idade era o que menos importava pq afinal de contas, pra gente ele nao tinha tudo isso, ninguem acreditava, ate hoje queremos descobrir o sgredo da longevidade, nosso palpite e a cabeça de gurijuba, mas a quem diga que seja so aquele lindo sorriso!
ahh mestree como vc faz falta, e uma falta indescritivel, pq sentir saudade e sentir falta de quem ainda esta em corpo entre nos e diferente do que sentir saudade daquele que se dividiu dentro dos nossos coraçoes, dentro de cada um, filhos, netos, bisnetos, e os amigos!
lembranças de sua neta luiza miranda

Andrea Pinheiro disse...

Cavalléro,
hoje pude, enfim, ler o texto que escreveste sobre o meu avô querido...
As lágrimas me vêm, inevitavelmente, aos olhos...
Obrigada pelo carinho, pela amizade, pelo companheirismo.
Sei que você sentiu tanto quanto nós, porque sempre fez parte da nossa vida e da nossa família.
Você compartilha das nossas bricadeiras, nos compreende, faz parte do nosso mundo. Um mundo cheio de festa, de riso, de alegria e de sentimento. Aprendemos com nosso vovô Zizi a sermos assim.
Um grande beijo pra ti.
Andréa.

Cida Urquiola disse...

Somente agora, tanto tempo depois soube da partida do seu Zizi, que tive a grande sorte de conhecer. Uma historia de vida, o seu Zizi. Em seu aniversario de 86 anos, ao perguntar sua receita de longevidade, ele me disse: minha filha, eu nao bebo esse negocio que vc esta bebendo (se referia a cerveja), eu so bebo isso, me mostrando um copo da legitima branquinha. Outra receita era o caldo de gurijuba, que, segundo a Marilu, ele tomava diariamente. Esteja com Deus, seu Zizi, junto com D. Palmira, o Jango, o Barao e.... todos aqueles amigos que lhe precederam.