terça-feira, junho 01, 2010

A Lucidez de Cacá Carvalho



Navegando no blog do meu parceiro e amigo Ronaldo Franco, deparei com a entrevista desse grande paraense, Cacá Carvalho.


no Diário do Pará > respondendo à pergunta de Dominik Giusti:
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Como você analisa as políticas públicas de cultura do Estado?
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Cacá: Eu acho que não só o Pará, ou Belém, mas talvez uma geração tenha sido penalizada porque a gestão cultural, no sentido de quem detém o poder de gestão, é formada por elementos que não são ativos culturais, porque o ativo cultural precisa gostar de gente e de cultura, e da cultura da gente.
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Normalmente são cargos de natureza política, de gente que gosta de política com a cultura, e não de política cultural.
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É preciso pensar na cultura ativa, que provoca o desenvolvimento do cidadão. A cultura é humanitária, pensa no homem, não no evento político da cultura tão somente.
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Mas esse não é o problema de Belém ou do Pará, de jeito nenhum.Eu não faço política cultural, nem pretendo fazer, mas não vejo os gestores fazendo algo para aquele outro, que na realidade é igual a nós, que não vive, mas dorme sob o calor úmido desse berço em que nascemos, que é essa cidade.
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Ninguém poetiza sobre a cultura.
Não se pode ver a vida apenas pelo lado pragmático e objetivo. A cultura é subjetiva.
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O título do espetáculo que eu trago é altamente significativo. Quando eu falo "O Homem Provisório" é porque acredito que este estado em que vivemos é provisório.
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Uma nova qualidade de homem precisa nascer, e uma nova qualidade de homem depende de cada um de nós.
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É bom que fique claro que não é uma crítica de A ou B que está sentado na cadeira fazendo gestão de secretaria em Belém ou Pará. Digo isso para o Matarazzo em São Paulo. Não é contra isto, é contra o todo.
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Não dá para ser mais no mesmo sistema, nem no voto, nem no comportamento ridículo dessas pessoas que estão no poder.
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Eu e milhões não merecemos ser tratados como gado.
Eu falo em meu nome e em nome de milhões.

Um comentário:

Citadino Kane disse...

Mano Pedro,
Cacá mete o dedo na ferida e arreganha...
Não se pensa a cultura como libertação da pessoa enclausurada no consumismo alienante hodierno.
Mais próximo da gente, a nossa cidade abandonada... Não existe projeto para o futuro de Belém.
Minha cidade é aquilo que tu tão bem cantaste:
"Nem bela e nem formosa,
cabocla desajeitada e pequenina,
simples como a beleza de uma rosa,
mundana, que não pertence a ninguém".

Tenho a sensação de que Belém maltratada, esquecida... não pertence mesmo a ninguém.
Como belemense, conclamo a todos que amam a morena Belém que demonstre a sua indignação com o abandono de nossa cidade.
Pô Pedrinho! Desculpa aí, ok?
Fico putodavida de ver o Prefeito desfilando pela cidade com aquele sorriso do "gato de Alice", será que teremos que decifrar o autista Duciomar?
Deixa pra lá!
Quero cantar:
"Eu digo que tu tens jeito de valsa
que ainda não consigo terminar.
Mais tarde, como antigos namorados,
em qualquer dia de chuva, te convido pra dançar."

Olê olá Belém...

abraços,
Pedro